75 anos da Independência de Israel!

CEO da Ôguen – Hen Harel – durante as comemorações da Independência de Israel em Brasília/DF

Embora a independência de Israel tenha ocorrido oficialmente em 14 de Maio de 1948 pelo calendário gregoriano, as festividades em Israel seguem o calendário judaico e, em função disso, esse ano a independência caiu em 25 de Abril. As celebrações na Embaixada de Israel em Brasília aconteceram ontem.

Em Israel, a festa começa após soar uma sirene durante um minuto. Durante o toque da sirene, os israelenses ficam de pé, em silêncio, em respeito aos mortos. A comemoração da fundação do Estado de Israel é antecedida pelo Yom Hazikaron (em hebraico יום הזיכרון) ou o Dia em Memória dos Soldados Caídos de Israel. Essa homenagem relembra os soldados que morreram no conflito árabe – israelense desde 1948 e as vítimas de terrorismo dos muitos conflitos pelos quais passou o Estado de Israel.

Como israelense, essa data significa muito, tanto para mim, quanto para o povo de Israel. Atualmente o Estado de Israel é um dos mais poderosos do mundo, tanto economicamente, quanto militarmente. O país avançou em diversas áreas como na tecnologia, segurança e saúde. Apesar de seu tamanho geográfico reduzido (e talvez por conta disso), Israel possui alguns dos principais avanços em diversas áreas hoje em dia, sendo pioneiro em muitos estudos e descobertas científicas e tecnológicas.

Criação do Estado de Israel

Israel só foi oficializado e reconhecido como país em 1948 – mas desde então foi protagonista de intensos episódios conflituosos ocorridos na região do Oriente Médio na segunda metade do século XX, sobretudo em virtude do conflito histórico com os países muçulmanos que circundam seu território.

Menos de 24 horas depois da proclamação de independência, exércitos do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, forçando Israel a defender sua soberania recém formada. A chamada Guerra da Independência de Israel obrigou as suas recém formadas tropas de defesa de Israel (IDF) a expulsarem os invasores em batalhas intermitentes, em um período de 15 meses, custando a vida de seis mil israelenses (quase 1% da população judaica do país na época).

A criação do Estado de Israel, como dito, ocorreu em 1948, mas o processo de formação das comunidades judaicas na região da Palestina remete às últimas décadas do século XIX, quando nasceu o movimento sionista. O sionismo foi criado por intelectuais judeus no início da década de 1890 e tinha por objetivo principal o combate ao antissemitismo (aversão ao povo judeu que se espalhou pelo mundo após a dissolução dos antigos reinos judeus na Idade Antiga), que subsistia na Europa desde a Idade Média e que havia se intensificado no século XIX.

Nessa época, chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial e o holocausto dos judeus, perpetrado pelos nazistas, era revelado e noticiado no mundo inteiro. Esse acontecimento chocante estimulou ainda mais as ações do movimento sionista internacional e gerou uma tensão entre as potências vencedoras da guerra para que finalmente tomassem uma decisão quanto à questão da Palestina.

Ao mesmo tempo em que milícias palestinas continuavam os ataques aos assentamentos judaicos e negavam veementemente a criação de Israel, outras nações árabes, como o Egito e a Síria, também se declaravam abertamente contra o mesmo propósito.

Os sionistas não aceitaram tudo de forma pacífica e houve também extremismo da parte judia. Um grupo terrorista judeu, chamado Irgun Zvai Leumi, promoveu um atentado à bomba no Hotel King David, em Jerusalém, em 22 de junho de 1946. Esse atentado vitimou o ministro britânico para assuntos no Oriente Médio, Lord Moyne.

Com o agravamento da situação, os ingleses acionaram a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU), que montou o Comitê Especial para Palestina (UNSCOP) para decidir a partilha territorial. O brasileiro Oswaldo Aranha, que foi ministro de Getúlio Vargas, ficou encarregado da Assembleia Geral de 1948. Na altura, Aranha defendeu a criação do Estado Judaico e convocou uma votação de delegados das nações constituídas para a decisão.

Os países árabes votaram contra a criação do Estado de Israel e a divisão do território. Alguns países ocidentais, entre eles a Inglaterra e a Argentina, não votaram, mas a maioria votou a favor e o Estado de Israel foi então declarado oficialmente existente.

O líder judeu que encabeçou todo o processo e contornou a ala radical foi Ben-Gurion. Ele foi, inclusive, quem assinou a Declaração de Independência de Israel no Museu Nacional de Tel Aviv e, depois, tornou-se o primeiro-ministro da república parlamentarista de Israel.